Madre Tereza de Calcutá

04/08/2010 09:39

 

Madre Tereza de Calcutá

Zenésio Trevisan

MadreTerezaInês Gonxha Bojaxhiu nasceu em Skopye, Albânia, hoje Macedônia aos 28 de agosto de 1910. Filha de Nikola e Drane Bojaxhiu. A frase: “Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho”. Proferida por um padre jesuíta missionário na Índia, soa no mais profundo de sua alma.Aos dezoito anos ingressa na congregação das irmãs de Loreto e vai estudar na Irlanda. De lá é enviada a Darjeeling. Índia para o noviciado.Os votos temporários são emitidos em 24-05-1931, passando a chamar-se Tereza. A profissão perpétua acontece em 1937, no dia 24 de maio. Leciona geografia no Colégio Sta. Mary, mantida pela ordem religiosa.

Percebe que os pobres precisam urgentemente de ajuda. Não bastava sofrer com eles. E mais, a fé de uma pessoa, mede-se por seus atos. Alguém devia assisti-los na morte, acariciar-lhes as feridas e atenuar-lhes a fome. Aconselha-se como o Bispo e a Madre Geral. Redige uma petição ao Papa XII. Decide deixar a escola, as alunas, o habito. Colegas admiram a sua coragem. Funda a congregação das missionárias da caridade, que além dos votos de pobreza, obediência e castidade, acrescenta o de ajudar e servir completamente  e unicamente os menos afortunados. Tereza agora veste um sari semelhante ao das indianas, branco com azul e uma pequena cruz na frente, do lado do ombro esquerdo e nos pés sandálias. O campo de trabalho será em meio as crianças magras, nuas, atrás de comida no lixo, disputando-as com os corvos, adultos pedindo esmola, expondo chagas abertas, outros aguardando a morte deitados em qualquer lugar, pequenos de olhos grandes, barrigas inchadas, ossos salientes, mães com um olhar triste, velhos cheios de moscas comendo na sujeira, roupas fedorentas.

A luta é enorme. Ela está rica de felicidade, apesar dos problemas. Leva adiante a nova missão. De uma família recebe em doação dois quartos da residência. Ali aloja a primeira aspirante, uma sua aluna, com apenas dezenove anos. Tem inicio a nova e grande Nirmal Hriday, a casa dos moribundos, já são doze os colegas que retornam somente a noite para o descanso. O verdadeiro convento estava nas ruas, nos barracos apinhados de pessoas, nas crianças de pele e osso.

Um muçulmano presenteia Madre Tereza com sua moradia para abrigar os missionários. Dedica as quintas-feiras a meditação, oração e leitura. Vinte anos passados da fundação e as irmãs ultrapassam as seiscentas, espalhadas em centros de atendimento, inclusive no exterior.

Ela própria encontra na calçada uma mulher doente, mordida de ratos e formigas. Carrega-a no colo até um lugar digno. Nem sempre chegam a tempo de ajudar, levantam o lençol, espantam as moscas e verificam se esta vivo. Os mortos dão lugar a quem espera no chão por uma cama onde morrer como gente.

Humildemente afirma: “Deus está em quem sofre, porque carrega uma cruz”. O sorriso era sua alma de defesa e ataque. A cidade começava a se interessar pela obra. Muitos ajudam e aplaudem. Faltam, porém, maternidades, orfanatos, escolas, alimentos, brinquedos. Juntamente com a dedicação aos pobres e desamparados, coloca amor, alegria em fazer o bem. Come e se veste como eles. Para Madre Tereza a maior das doenças é a sensação de sentir-se abandonada. Há males que não se curam com dinheiro e, sim, com amor. O verdadeiro pagamento são gestos de irmãos, a exemplo de um homem mormurando: “Vivi como um animal, morro como um ser humano”.

Com o resultado financeiro de uma rifa do luxuoso carro que ganhara do Papa Paulo VI em 1964, funda a Shanti Nagar, Cidade da Paz, destinados a doentes de lepra, que somente naquele pais eram quatro milhões. Os que diariamente recebiam curativos, amor, carinho neste centro passavam dos dez mil. Local maravilhoso, com lagos, parques, arvores, frutas, brinquedos, escolas, biblioteca, oficinas, sapataria, jardins, arrozais, carpintaria, animais domésticos, olaria, campos de trigo, tipografia. O terreno havia sido doado pelo governo indiano. O objetivo também era o de mostrar aos doentes que poderiam ser úteis.

A colaboração chega dos quatro quadrantes da terra, em dinheiro, remédios, ambulâncias, de ricos, pobres, católicos ou não. Igualmente vem a ajuda espiritual, com a adesão de quatrocentos mosteiros de monjas contemplativos e da tantas outras pessoas. Sua dedicação, seu testemunho, acompanhados de boa administração das obras garante-lhe prêmios internacionais.

Em 21-12-1948 lhe é concedida a nacionalidade indiana. O Prêmio Nobel da Paz veio em 17-10-1979. Enquanto preparava um serviço religioso em memória da Princesa Diana, aos cinco de setembro de 1997, com 87 anos falece em Calcutá.

É beatificada por João Paulo II em 19-10-2003. Padroeira dos pobres e incapacitados. A sua festa litúrgica acontece em cinco de setembro.

O trabalho missionário continua com casas para crianças abandonadas, moribundos e desamparados, unidades móveis de atendimento, leprosários, centros de planejamento familiar e de socorro, escolas infantis e dominicais, oficinas de costura e mecanografia, preparação de crianças para a primeira eucaristia e confirmação, regularização de matrimônios, entre outras.Um de seus tantos pensamentos: -“Não usemos bombas nem armas para consquistar o mundo. Usemos o amor e compaixão. A paz começa com um sorriso”.

(Texto da Revista Rainha dos Apóstolos)

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